Descrever verbalmente

Descreva verbalmente e em voz alta o comportamento da criança: o que está exatamente a fazer a criança?

Exemplo: a criança está a brincar com blocos de construção e pega em todos os blocos de construção azuis. O/A educador/a de infância diz: “Estás a pegar em todos os blocos de construção azuis.“

Pode também descrever aquilo em que repara sobre a forma como a criança está fazer alguma coisa.

Exemplo: a criança está a fazer um puzzle. O/a educador/a de infância diz: “Vejo que estás a fazer o puzzle linha por linha.“

Desta forma, está a mostrar que está a observar de perto a brincadeira da criança e encoraja a criança a continuar a brincar.

Imagine que é um comentador desportivo na rádio que está a relatar um jogo de futebol com uma voz neutra. Faça isso apenas quando for funcional. Não exagere. Faça silêncios entre os comentários para dar espaço à criança para dizer algo.

Pode também escutar o que a criança diz e repeti-lo em voz alta, utilizando aproximadamente as mesmas palavras (= parafrasear).

Exemplo: Quando a criança diz: “Olha, eu desenhei a minha mãe”, você pode dizer: “Ah, de facto, desenhaste a tua mãe”.

Não descreva tudo o que a criança faz. Pode parecer pouco natural e pode perturbar a brincadeira da criança.

De seguida são apresentados fragmentos de vídeos dos/as educadores/as de infância do nosso projeto a descrever verbalmente o comportamento das crianças nas suas salas. 

Estes vídeos são financiados por: EU Erasmus+ grant.  Os autores são responsáveis pelo seu conteúdo.

“Brincar com formas geométricas”

A educadora Alberta está a brincar com a Melissa (3;8 anos de idade) utilizando os blocos lógicos (formas geométricas). A Alberta observa as ações da Melissa e escuta o que a Melissa está a dizer. Ela imita a brincadeira da Melissa, descreve as suas ações e também o discurso da criança sobre o que está a fazer. 

A Alberta está a dedicar o seu tempo a observar e imitar a brincadeira da Melissa. Por sua vez, a Melissa está também atenta à ações da Alberta e dá-lhe tempo para as completar. É possível ver que esta é uma troca que faz com que a criança se sinta bem e sinta que as suas decisões estão a ser respeitadas.

“Brincar no picadeiro”

A educadora Alberta junta-se ao Rodrigo enquanto este brinca num picadeiro que ele construiu. Ela observa o que o Rodrigo está a fazer e começa a descrever algumas das ações da criança, e algumas das coisas que o Rodrigo está a dizer. Ela respeita a iniciativa do Rodrigo e é uma parceira de brincadeira atenciosa.

A Alberta integra, gentilmente, a brincadeira do Rodrigo sem ser intrusiva. Quando o/a educador/a se junta a uma situação de brincadeira, é importante respeitar o protagonismo da criança, mostrar interesse e incentivar. Um impacto visível vem da sensação de que o/a educador/a está (continuamente) atento e respeita as suas decisões e ações.

Descrevendo“Para cima”

O educador Jorge começa a brincar com o Farhat (4;2 anos). O Farhat fala holandês como sua segunda língua. O Jorge primeiro observa o que o Farhat está a fazer e descreve as suas ações. Ele responde às iniciativas do Farhat para comunicar e usar a linguagem.

Quando descreve o jogo/brincadeira das crianças, é importante encontrar momentos em que seja natural fazê-lo. Os momentos em que o educador está verdadeiramente entusiasmado ou interessado no que acontece, são perfeitos. Que outros momentos são, para si, desencadeadores e o estimulam a descrever o que observa?

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